Preço da soja e câmbio favorável embalam vendas de máquinas agrícolas

Está na conjuntura a explicação para o desempenho do setor de máquinas e implementos agrícolas. Hoje, balanço referente ao mês de abril será divulgado pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A expectativa é bastante positiva, principalmente depois que a Agrishow terminou na última sexta-feira, em Ribeirão Preto (SP), com resultado histórico e muito acima do projetado inicialmente. Foram R$ 2,7 bilhões, alta de 22,7% em relação ao ano passado.

– Havíamos feito uma estimativa conservadora, de crescimento entre 5% e 8%. É um ano político, sabíamos que a feira atrairia candidatos, por isso a cautela – pondera a Francisco Maturro, presidente da Agrishow.

Mas o componente político não interferiu nos negócios. E nem mesmo a promessa de diminuição do juro no próximo Plano Safra travou os investimentos – sobre o corte nas taxas, aliás, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, alertou que o setor não deve ter esperança de grandes reduções, dadas as condições atuais.

Maturro diz que o câmbio favorável ao produtor e os preços da soja em alta ajudaram a impulsionar as propostas feitas durante a feira. Ele também avalia que se no passado a taxa básica de juro (Selic) maior fazia o dinheiro render mais no banco, agora, no menor patamar histórico, fez com que o dinheiro fosse aplicado na aquisição de equipamentos voltados à produção agropecuária.

Embora avalie como “corajoso” esse percentual de crescimento apresentado na Agrishow, Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul, diz que, de fato, as cotações de soja e de milho estão bem melhores do que no ano passado:

– Tivemos dois anos de rentabilidade muito baixa. Em 2018, houve inversão dessa tendência. E tem a questão do câmbio. Essas coisas talvez animem um pouco.

Superintendente comercial do DLL (banco de fábrica), José Luís Campos entende que os números refletem um novo momento do agronegócio nacional, com a retomada do otimismo na economia.