Recorde na produção de grãos leva agropecuária a número inédito em 2017

A safra de grãos recorde foi determinante para dois eventos em 2017: a queda da inflação e a confirmação de que o País deixou a recessão. No primeiro caso, a produção agrícola ajudou a derrubar o preço dos alimentos e, no segundo, puxou a atividade da agropecuária, que foi o principal vetor de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.

Com um crescimento de 13%, o maior desde 1996, a agropecuária se beneficiou da supersafra de soja e milho, principalmente. Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor continuará crescendo em 2018, com expectativa de melhora no preço internacional dos produtos.

“O melhor ano”

Há mais de 40 anos no agronegócio, o presidente da Agroindustrial Cooperativa (Coamo), José Aroldo Gallassini, conta nunca ter visto algo parecido no setor ao comentar o desempenho inédito da agropecuária em 2017. “Acho que o ano passado foi realmente o melhor em termos de volume [de produção], de participação na economia… O melhor ano que já tivemos”, comemora o agrônomo.

À frente da cooperativa desde 1975, Gallassini representa produtores em 63 municípios do Paraná, gerando produção e renda no setor que mais emprega e cresce no Brasil. Ele destaca a produção da soja no ano passado e afirma que a safra foi tão volumosa que os produtores da oleaginosa garantiram contratos até setembro de 2018. O preço da soja deverá ficar estável neste ano.

“Haverá uma safra grande. Talvez não tão grande como o esperado, mas com certeza ainda vai puxar a economia”, estima Gallassini. “Os agroindustriais estão trabalhando bem. É o que está entregando mais [entre os setores econômicos]. Então o agronegócio é de muita importância para a economia nacional”, resume.

O que esperam os analistas

Economistas do mercado financeiro concordam que o agronegócio não repetirá um resultado tão expressivo neste ano. Ainda assim, a safra é considerada a segunda maior da história, segundo as estimativas oficiais e, portanto, continuará a ter um peso significativo na economia brasileira, principalmente no contexto do comércio externo. Para este ano, o IBGE espera uma safra de grãos de 226,1 milhões de toneladas.

“Não deve ter um crescimento tão forte da safra […] Claro que por causa dos parceiros comerciais, especialmente os emergentes, o Brasil vai continuar ainda uma produção bastante significativa”, afirmou o economista-chefe da agência de risco Austin Rating, Alex Agostini.

 

Fonte: Governo do Brasil, com informações do IBGECNACoamo e Austin Rating